FRITZ MÜLLER E O MIMETISMO
Edital do Carimbo

Johann Friedrich Theodor Mueller, conhecido por Fritz Müller, ou (na época) por "Müller Desterro", nasceu em 1822 na Alemanha e faleceu em 1887 em Blumenau (SC). Doutorou-se em Filosofia e em Medicina, ocasião em que como estudante participou da revolta popular de Dresden, em 1848. Devido a questões políticas, em 1852 viu-se obrigado a emigrar, e a convite de Hermann B. O. Blumenau veio a Santa Catarina, aportando em São Francisco do Sul e dirigindo-se para a Colônia Alemã de Blumenau.

Após alguns anos, foi convidado a lecionar no Lyceu da Vila de Nossa Senhoras do Desterro (atual Florianópolis), porém com a chegada dos Jesuítas não houve mais lugar para o naturalista ateu, que retornou à Blumenau, onde permaneceu até o fim de seus dias.

Durante sua estada em Desterro estudou exaustivamente a biologia de animais marinhos, enquanto que em Blumenau dedicou-se principalmente ao estudo dos insetos e da Botânica. Neste período observou que diversas borboletas de sabor desagradável apresentavam aparência muito semelhante, concluindo que isto protegia estas espécies contra seus predadores.

Esta forma de mimetismo foi chamada, em sua homenagem, de mimetismo Mülleriano.

Este grande naturalista manteve correspondência com famosos sábios da Europa. Charles Darwin, que o denominou "Príncipe dos Observadores", recebeu o mimetismo descoberto por Fritz Müller com grande entusiasmo, constituindo-se em uma das primeiras, e a mais poderosa demonstração da evolução pela Teoria da Seleção.

O Biólogo alemão Ernst Haeckel o entitulou de "Herói da Ciência", e Hermann von Ihering, naturalista alemão também radicado no Brasil, escreveu em 1988 um necrológico no qual considera Fritz Müller, "o mais notável entre os naturalistas que no Brasil se têm dedicado a exploração científica do País".

Pesquisa: Prof. Kay Saalfeld e Michael Cytrynowicz.
Desenho: Ricardo Cabral Zanetta.