A reprodução através de sementes é bem mais complicada, pois para germinar, a semente necessita da ação de um fungo chamado micorrihiza. Cada cápsula contém milhares de sementes, que mais parecem um pó. Quando na natureza, o número de plantas de cada cápsula de sementes é mínimo e poucas plantas são germinadas. Tais plantas levam cerca de 7 anos até alcançar a primeira floração. Este processo é denominado Simbiótico.

O homem está sempre tentando aperfeiçoar o que lhe é possível. Observando a natureza, o professor Lewis Knudson, dos EUA, produziu em laboratório, em 1922, os mesmos efeitos que o fungo causa às sementes para que germinem. Seu método foi amplamente utilizado durante muitos anos pôr aqueles que desejavam uma reprodução em larga escala. Sua desvantagem é que a variedade das flores resultantes é muito grande, pois não são todas iguais a planta-mãe. É o processo Assimbiótico.

Mais recentemente o cientista francês Georges Morel descobriu um novo processo de reprodução, chamado Meristemático, que revolucionou o mundo dos orquidófilos. Através da gema de um único broto consegue-se, em um ano, milhares de plantas idênticas a planta-mãe. Na axila de cada folha ou pseudobulbo há geralmente uma gema dormente que possui um meristema. Este meristema é retirado e cultivado em vidro, formando um protocórnio semelhante ao embrião de uma semente. Nesse protocórnio aparecem as primeiras folhinhas e raízes. Ele pode dividir-se espontaneamente e produzir uma pequena touceira com diversos protocórneos laterais, cada um dando origem a uma nova planta. Se cada protocórneo der origem a apenas 4 outros pôr mês, é possível obter-se mais de 3 milhões de plantas em um ano, a partir de um único meristema. Essa descoberta tornou possível o fim das plantas únicas e caras, pois são reproduzidas plantas idênticas à planta mãe.

No carimbo comemorativo à SULBRAPEX, mostramos 3 fases do processo Assimbiótico: uma cápsula de sementes, o "seedling" que é a cultura da semente (seed em inglês) em vidro e um vaso coletivo, com mudinhas em sua primeira fase de crescimento após saírem do vidro.

Texto: José Evair Soares de Sá

Desenho: Biaggio Mazzeo

Bibliografia: Growing Orchids for Pleasure by Jeanne Garrard